quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Principe e a Mais Bela Flor





Conta-se que, na China antiga, um príncipe estava às vésperas de ser coroado imperador. De acordo com a lei, porém, devia casar-se. Sabendo disso, resolveu fazer uma disputa entre as moças da corte que se achassem dignas de sua proposta. O príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração e indagou incrédula:
- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes as mais belas e ricas moças da corte. Tire essa idéia insensata da cabeça.
E a filha respondeu:
- Não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é a minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, e isso já me torna feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, as mais belas moças, com as mais belas roupas e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugia às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de cultivar algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos etc.
O tempo passava e a doce jovem cuidava com muita paciência e ternura da sua semente, pois sabia que, se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisaria se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem cuidara com todo carinho e atenção, utilizara todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido daquela semente.
Dia após dia, via cada vez mais longe a possibilidade de realizar o seu sonho, mas era cada vez mais profundo o seu amor.
Por fim, os seis meses haviam passado e nada tinha brotado.
Consciente do seu esforço e dedicação, a moça comunicou à mãe que, independentemente das circunstâncias, retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na hora marcada, lá estava ela, com seu vaso sem flor, vendo todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores.
Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.
Finalmente, chegou o momento esperado. O príncipe observou cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção.
Após passar por todas, uma a uma, ele anunciou o resultado, indicando a bela jovem cujo vaso continha apenas a terra, sem nenhuma flor, como sua futura esposa.
As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações.
Ninguém compreendeu por que ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado.
Então, calmamente, o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
A honestidade é como uma flor tecida em fios de luz, que ilumina quem a cultiva e espalha claridade ao redor.
Cultive a honestidade acima de tudo, pois somente ela o levará ao sucesso.

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